segunda-feira, 25 de julho de 2011

"Public Enemy - Revolução na Cena"

Chuck D, Flavor Flav, revolução, som estonteante, humildade, uma banda da mais alta qualidade..este é o PUBLIC ENEMY.
Permitam me descrever uma parte de uma letra do meu primeiro disco chamada "É Assim Sim", onde falo sobre o valor de fazer arte por amor e não pelo dinheiro.

"Eu não pago pau pra quem só pensa em dim dim;
Não sou burro, também quero meu marfim;
Mas prefiro ser Tayson e não Don King;
Antigamente o rap não servia de trampolim;
Consciência e sangue cor de carmim;
Geração Malcolm X e Martim Luther King;
Som de qualidade, James Brown e B.B. King;
Realidades diferentes, mas ae, "vem ni mim"
Prefiro me espelhar em PUBLIC ENEMY (...)"

Sempre tive um sentimento de revolução, o qual com o tempo mesclou com um sentimento de revolta, por vários momentos difíceis que passei. A morte de meus irmãos, nas ruas violentas de São Paulo acabou despertando um "monstro" dentro de mim.
Precisava colocar isto para fora...de alguma forma. Reenvindicar os direitos que não chegavam até mim. Expressar este sentimento....extravazar por dentro.
Mas como? Pegar uma pistola? Dar tiros? Socos? Extravar negativamente com minha família me entregando as drogas?
Não...não era isto que eu queria...era algo assim...forte....mas não era isto.
Foi quando ouvi um som...uma musica...ou será um hino...ou talvez um mantra...não sei...a única coisa que lembro é que em um momento em que só se falava de Lambada...eis que surge um mano, com enorme relógio no pescoso, e a seguinte frase rasgando o refrão "FIGHT THE POWER".
Putz...que ritmo é este..o que quer dizer esta letra...sinto que é algo forte. Foi a primeira letra que busquei a tradução na vida. Não, não tinha google e outros tantos sites não. Foi palavra por palavra no dicionario da biblioteca.
Quando acabei...meu único pensamento era: -- Carai, quero escrever uns bagulhos deste!
Foi aí que encontrei o "caminho da revolução". Primeiro revolucinei minha mente. Meu cabelo, meu nariz achatado, meus lábios...já não eram de "neguinho"...como costumavam me charmar...mas sim...motivos de orgulho e protesto...pois eu sabia que aquilo lhes incomodava.
Foi aí que começaram a brotar as primeiras letras. E assim...nasce mais um "afrodescendenterevolucionário": Snyper.
Sábado...após 20 anos...tive a honra de conhecer pessoalmente estes monstros, Chuck D e Flavor Flav e toda banca Public Enemy:

















** Agradecimento especial à Vanessa (Entre Produções) pelo convite **

As noites de São Paulo nunca mais serão as mesmas ... ... ...       -- Vida longa ao rap --

PAZ e RESISTÊNCIA

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